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Mulheres-fruta: Freud explica?

Você liga a TV e tem uma mulher de quadris avantajados dançando um funk sem sentido. Uah, não é novidade, certo? Ledo engano quando o apresentador indica o nome da dançarina: mulher-melancia. E a partir daí começam a pipocar na mídia variações bizarras de mulheres-fruta. Seria esse apenas um fato isolado de uma mídia desesperadamente esquizofrênica ou existe muito mais por trás do fenômeno?

https://jornalsanitario.wordpress.com/wp-content/uploads/2011/04/mulher-abobora.jpg?w=300

E a Mulher-abóbora? - Imagem retirada do site Jacaré Banguela

Já tem algum tempo que eu to devendo esse post para os leitores do jornal – na verdade, eu to parecendo político prometendo posts e enrolando vocês. Pois bem,  a ideia para esse texto surgiu um tempinho atrás a partir da proliferação repentina na mídia das “mulheres-fruta”.

Em um primeiro momento, parece que estamos nos referindo a alguma tribo  formada por mulheres primitivas coletoras de frutos ou então de personagens de uma experiência científica que não deu certo. Na realidade, trata-se de mulheres com atributos sexuais inflados e que relacionam esses atributos ao nome das frutas, enquanto fazem exibições televisivas. Esse fenômeno é extremamente curioso, porque não é isolado,já que não foi apenas uma mulher com nome de fruta se sacodindo na TV , mas várias.

Esse texto pode fugir um pouquinho do padrão JS de qualidade, principalmente por conter penduricalhos teóricos. Mas o importante é refletir sobre o assunto. Eu aproveitei para pesquisar sobre e percebi um padrão interessante na relação entre o ato de comer e o ato sexual.

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Circo justo?

Por trás do Carnaval, problemas sociais sérios e desperdício de dinheiro público. Mas o povo não tem o direito de se divertir?

Sempre que nos aproximamos de datas comemorativas que mobilizam uma grande parte da sociedade, uma minoria também reage, só que de modo contrário. É assim no Natal, no Dia Internacional da Mulher e, invariavelmente, também no Carnaval. Figurando entre os Trending Topics do Twitter (palavras mais comentadas no site), a jornalista Rachel Sheherazade causou polêmica nessa semana ao dar uma opinião radical contra a festa.

Em primeiro lugar, é importante perceber que o Carnaval é sim um circo. Pode soar um argumento batido, mas, aos moldes romanos, é o tipo de festa que promove uma exaltação sem motivos. A base do Carnaval  é o exagero. Esse mesmo exagero acaba mascarando os problemas do país – assim como a copa do mundo e qualquer outra festa que provoca uma “alegria” artificial na população. Além disso, a festa também é a causa de diversos problemas (que a jornalista cita no vídeo).

O povo tem o direito de ser feliz

Apesar desse aspecto, não se pode ignorar que festas desse tipo são importantes para o humor nacional.Não só o povo, mas todo mundo tem o direito de se divertir, afinal, ninguém é de ferro. Muitas pessoas, com uma certa rabugice, acabam simplesmente negando o Carnaval como se o problema estivesse na festa em si e não na irresponsabilidade de alguns foliões e nas más estratégias de certos governos.

É preocupante quando Rachel Sheherazade qualifica determinadas músicas a partir do que ELA considera culturalmente de valor. Também preocupa quando a jornalista cita “cidadão de bem” entre outros termos que soam neoconservadores e até hipócritas.

Sheherazade começa a criticar o Carnaval a partir da sua origem, como se isso fosse fazer realmente alguma diferença argumentativa. Não, o Carnaval não surgiu no Brasil, mas a forma como o brasileiro comemora atrai turistas do mundo todo e esta acabou ficando marcada como um festa genuinamente brasileira. Não entendi a importância desse fato para o restante da crítica da jornalista.

Em seguida, ela alega que a festa também não é popular. Alto lá. Em partes é uma afirmação verdadeira. O Carnaval, assim como tudo no Brasil, tem sua versão rica e pobre.Pessoas de várias comunidades carentes participam dos blocos e muitas até contribuem com os desfiles.

É óbvio que a festa tem seu lado de camarotes VIP, celebridades e empresários lucrando. É assim em outras festas e é assim em TUDO no Brasil. A verdade é que isso não foi criado no Carnaval, é uma situação que faz parte dos problemas sociais do país. É muito fácil colocar a culpa na festa, como se ao elimina-la teríamos resolvido esses problemas.

Carnaval é uma festa cara para o poder público

A jornalista também comentou uma questão que, dessa vez, é sim objetiva e baseada em dados: o Carnaval custa muito para o Estado e ninguém pára para calcular quanto de dinheiro público é desperdiçado para manter os blocos, policiamento,atendimento médico, além de uma parte da economia ficar parada por dias. Fazendo as contas, provavelmente teremos um prejuízo se reduzirmos dos lucros com turismo e venda de bebidas/abadás.

Na Bahia, segundo reportagem da revista Carta Capital dessa semana, 23 mil policiais (dos 33 mil) vão ser mobilizados para cuidar da segurança das festas.” E o resto da sociedade?” é o que pergunta a reportagem. Se para socorrer foliões irresponsáveis o Estado faz um tremendo esforço, como é que nos restantes dias do ano as ambulâncias e policiais desaparecem para o resto da população? Esse questionamento de Rachel Sheherazade faz muito sentido e é uma crítica válida para o Carnaval.

O segredo é saber como se divertir

O Carnaval é uma festa sem sentido. Ok, mas se mesmo assim você quiser participar, está no seu direito de se divertir, de escutar a música que quiser (independente de julgamentos preconceituosos da jornalista) e de curtir o momento. O problema começa com a irresponsabilidade, quando as pessoas se sentem livres demais para fazer o que bem entendem, para beberem além da conta, para fazerem sexo com qualquer um ( e sem proteção), para dirigirem feito loucas, colocando a própria vida e dos outros em risco.

Também é preciso ver que Carnaval não se resume a desfiles e camarotes VIP, mas é uma festa que todos devem ter o direito de participar. Infelizmente os problemas sociais do Brasil também se refletem nas festas, é preciso ter consciência de que desigualdade existe no país e é um problema que não vai ser resolvido pelo Carnaval ou com o fim dele.

Quanto ao governo, é preciso orientar os gastos públicos com relação a essas festividades. Não adianta usar o dinheiro do povo apenas quando os turistas lotam as cidades. O Carnaval deve ser reconhecido como uma manifestação popular, mas que não pode se sustentar às custas do mesmo povo. Para isso, esse mesmo povo deve ser responsável no momento de festejar e no de votar também.

Por fim, Sheherazade tem seus méritos por apresentar alguns argumentos fortes, que expõe as mazelas sociais por trás da serpentina e da Globeleza sambando nua na sua TV. Por outro lado, faltou acertar o tom e ser um pouco menos preconceituosa com relação à forma como uma parte da população se diverte.

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