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Pioneiro = melhor? A crítica de Belém acha que sim.


Claro que pioneirismo é uma qualidade. Afinal, ter uma ideia diferente de todo mundo, iniciar um projeto inovador – só ter a sacada do projeto já é válido – é para poucos. Mas e quando isso começa a se transformar em uma justificativa quase plausível para pouca qualidade e o pior: para a falta de crítica

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A (não)Hora das Bruxas

Capa do livro A Hora das BruxasVerrugas nojentas no nariz, corcundas, mantos esfarrapados negros ou roxos, uma sorte de ingredientes dos mais esquisitos, como asas de morcego, rabo de sapo, olho de rato, perna de barata e as maldições para transformar pessoas em animais, comer criançinhas e prender vidas. Provavelmente essa é a imagem que vem à cabeça da maioria das pessoas quando pensam em bruxas.

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Circo justo?

Por trás do Carnaval, problemas sociais sérios e desperdício de dinheiro público. Mas o povo não tem o direito de se divertir?

Sempre que nos aproximamos de datas comemorativas que mobilizam uma grande parte da sociedade, uma minoria também reage, só que de modo contrário. É assim no Natal, no Dia Internacional da Mulher e, invariavelmente, também no Carnaval. Figurando entre os Trending Topics do Twitter (palavras mais comentadas no site), a jornalista Rachel Sheherazade causou polêmica nessa semana ao dar uma opinião radical contra a festa.

Em primeiro lugar, é importante perceber que o Carnaval é sim um circo. Pode soar um argumento batido, mas, aos moldes romanos, é o tipo de festa que promove uma exaltação sem motivos. A base do Carnaval  é o exagero. Esse mesmo exagero acaba mascarando os problemas do país – assim como a copa do mundo e qualquer outra festa que provoca uma “alegria” artificial na população. Além disso, a festa também é a causa de diversos problemas (que a jornalista cita no vídeo).

O povo tem o direito de ser feliz

Apesar desse aspecto, não se pode ignorar que festas desse tipo são importantes para o humor nacional.Não só o povo, mas todo mundo tem o direito de se divertir, afinal, ninguém é de ferro. Muitas pessoas, com uma certa rabugice, acabam simplesmente negando o Carnaval como se o problema estivesse na festa em si e não na irresponsabilidade de alguns foliões e nas más estratégias de certos governos.

É preocupante quando Rachel Sheherazade qualifica determinadas músicas a partir do que ELA considera culturalmente de valor. Também preocupa quando a jornalista cita “cidadão de bem” entre outros termos que soam neoconservadores e até hipócritas.

Sheherazade começa a criticar o Carnaval a partir da sua origem, como se isso fosse fazer realmente alguma diferença argumentativa. Não, o Carnaval não surgiu no Brasil, mas a forma como o brasileiro comemora atrai turistas do mundo todo e esta acabou ficando marcada como um festa genuinamente brasileira. Não entendi a importância desse fato para o restante da crítica da jornalista.

Em seguida, ela alega que a festa também não é popular. Alto lá. Em partes é uma afirmação verdadeira. O Carnaval, assim como tudo no Brasil, tem sua versão rica e pobre.Pessoas de várias comunidades carentes participam dos blocos e muitas até contribuem com os desfiles.

É óbvio que a festa tem seu lado de camarotes VIP, celebridades e empresários lucrando. É assim em outras festas e é assim em TUDO no Brasil. A verdade é que isso não foi criado no Carnaval, é uma situação que faz parte dos problemas sociais do país. É muito fácil colocar a culpa na festa, como se ao elimina-la teríamos resolvido esses problemas.

Carnaval é uma festa cara para o poder público

A jornalista também comentou uma questão que, dessa vez, é sim objetiva e baseada em dados: o Carnaval custa muito para o Estado e ninguém pára para calcular quanto de dinheiro público é desperdiçado para manter os blocos, policiamento,atendimento médico, além de uma parte da economia ficar parada por dias. Fazendo as contas, provavelmente teremos um prejuízo se reduzirmos dos lucros com turismo e venda de bebidas/abadás.

Na Bahia, segundo reportagem da revista Carta Capital dessa semana, 23 mil policiais (dos 33 mil) vão ser mobilizados para cuidar da segurança das festas.” E o resto da sociedade?” é o que pergunta a reportagem. Se para socorrer foliões irresponsáveis o Estado faz um tremendo esforço, como é que nos restantes dias do ano as ambulâncias e policiais desaparecem para o resto da população? Esse questionamento de Rachel Sheherazade faz muito sentido e é uma crítica válida para o Carnaval.

O segredo é saber como se divertir

O Carnaval é uma festa sem sentido. Ok, mas se mesmo assim você quiser participar, está no seu direito de se divertir, de escutar a música que quiser (independente de julgamentos preconceituosos da jornalista) e de curtir o momento. O problema começa com a irresponsabilidade, quando as pessoas se sentem livres demais para fazer o que bem entendem, para beberem além da conta, para fazerem sexo com qualquer um ( e sem proteção), para dirigirem feito loucas, colocando a própria vida e dos outros em risco.

Também é preciso ver que Carnaval não se resume a desfiles e camarotes VIP, mas é uma festa que todos devem ter o direito de participar. Infelizmente os problemas sociais do Brasil também se refletem nas festas, é preciso ter consciência de que desigualdade existe no país e é um problema que não vai ser resolvido pelo Carnaval ou com o fim dele.

Quanto ao governo, é preciso orientar os gastos públicos com relação a essas festividades. Não adianta usar o dinheiro do povo apenas quando os turistas lotam as cidades. O Carnaval deve ser reconhecido como uma manifestação popular, mas que não pode se sustentar às custas do mesmo povo. Para isso, esse mesmo povo deve ser responsável no momento de festejar e no de votar também.

Por fim, Sheherazade tem seus méritos por apresentar alguns argumentos fortes, que expõe as mazelas sociais por trás da serpentina e da Globeleza sambando nua na sua TV. Por outro lado, faltou acertar o tom e ser um pouco menos preconceituosa com relação à forma como uma parte da população se diverte.

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Adeus Bram Stoker *

Criei muita coragem para fazer esse texto.Primeiro, porque conheço muito bem o tipo de pessoas que irei estar atingindo(quer queira ou não) com essas palavras.Segundo, porque ainda não tive o prazer de ler Crepúsculo como um todo,fiquei restrita ao filme , à sinopse do livro, uma pesquisada ali, opiniões de amigos aqui.Mas, vi que era necessário comentar sobre o novo boom cinematográfico.

Tempos atrás, fiz um texto mais geral, abordando os pseudo escritores,como Paulo Coelho, etc.Foi uma crítica superficial, apenas para comentar o merecimento de certos autores milionários por ai.Hoje, serei mais específica e irei analisar minuciosamente a história, mais por obrigação do que por prazer.

Muitas pessoas são atraídas pelo ar de mistério que o filme instiga.Parece ser uma boa história.Parece querer renovar o cenário (triste) das produções voltadas para adolescentes.Para a frustração de umas poucas pessoas, não, não é nada disso.Não trouxe nada de novo.Apenas um milhão de fãs histéricas  sonhando com Edward, o protagonista casto e confuso.

uma tentativa de misturar Romeu e Julieta com Drácula.

Crepúsculo: uma tentativa de misturar Romeu e Julieta com Drácula.

A história, resumidamente, é de uma menina que sai de um lugar ensolarado e muda-se para um que chove com mais freqüência.Lá, ela sente atração por um jovem chamado Edward Cullen( muito mal-interpretado por Robert Pattison),branco,pálido e de batom.Depois de uma enrolação enorme, onde ora Edward quer que a protagonista, Bella Swan, fique longe dele, ora fica indo atrás dela, ela descobre que isso tem uma razão: Edward é um vampiro.E mora com sua família feliz há centenas de anos(ele é imortal) numa casinha na montanha.A relação de atrai-repulsa é repetida várias vezes durante todo o enredo(que mal se sustenta de tanto romance água-com-açúcar) e metaforicamente, representaria o desejo sexual adolescente, explosivo dentro de Edward, que teme se empolgar e “enfiar” suas presas em Bella.Para tanto, ele e sua família são vampiros vegetarianos e toda a trama acaba defendendo uma abstinência incoerente.
No momento em que a história começa a cansar qualquer telespectador, surge um vilão clássico, que persegue Bella até Edward vir salva-la.Todo esse “enredo” é mergulhado infinitas vezes em um romantismo barato e superficial.A partir daí, podemos tirar algumas conclusões do filme:

1- Está repleto de clichês românticos baratos.Quer ser romântico? Ok, mas não abuse de tanto melodrama.Tire o fato do cara ser um vampiro e o que teremos?Teremos Cinderella, Bela Adormecida e qualquer outro conto infantil de menina.(aliás, cerca de 70% do público que lotou os cinemas é composto de mulheres, por que?)

2- Um vampiro vegetariano que brilha no sol?Isso parece até piada.Afinal, o que o roteiro está defendendo?

3- Todos os meninos amam Bella, mas ela só quer saber do macho-alfa, Edward.Vampiro, imortal, sedutor, bonito…Uma boa análise psicológica nos indicaria um toque de síndrome de Cinderella aí: menina mais bonita, mais inteligente e mais atraente, esperando príncipe encantado, que irá protege-la.

4- É previsível.Assim como qualquer outra história mal-elaborada.

5- Prolixo,a mesma idéia é repetida várias vezes.

6- Atolado de efeitos(amadores,por sinal) e maquiagem ruim(repararam no braço do Edward?É de uma cor diferente da do rosto).

Enfim, não é o pior filme do mundo.Mas é fraco, redundante e não marecia tanta atenção assim.Talvez o livro não seja tão ruim.Ainda não li.Mas, analisando-se o filme, é confuso e machista.Crepúsculo vai continuar arrastando milhares de fãs, enlouquecidas, sonhando com um namorado vampiro e louco por elas.Depois, é claro, quando a histeria passar, sobreviverão apenas algumas fãs apaixonadas, assim como acontece/acontecerá com RBD,High School Musical.Infelizmente, isso segue a tendência de nossos dias: ver+consumir+jogar fora.Existem boas histórias/filmes de vampiros, como Drácula, Nosferatu, ofendidas por um filme tão amador como esse.Só tenho pena de Bram Stoker, deve ter se revirado no túmulo depois dessa.

Recomendo:

Crítica de Pablo Villaça no site Cinema em Cena

Crítica muito boa e consistente de Pablo Villaça.Leiam e opinem!

Síndrome de Cinderela

Entenda esse transtorno psicológico e as suas consequências.Feminismo x princesinha.São bons conceitos que têm muito a ver com Crepúsculo.

*Bram Stoker: Autor de Drácula.

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O não-ilustre escritor conhecido.

Quando pensamos em Literatura, rapidamente nos vem a idéia de passado, dos românticos boêmios, dos modernistas irreverentes.Em tempos “pós-modernos” como esse, é difícil definir o que ainda é considerado a arte de escrever.Na verdade, essa é uma realidade que engloba todos os aspectos da arte contemporânea: a indefinição.

Apesar da qualidade literária beirar o subjetivismo, existem certos pontos a levar em consideração.Primeiro, a Arte, para marcar uma geração, precisa de pioneirismo, originalidade, tanto no tema quanto na linguagem.A inovação poética e a capacidade de promover alguma reação no leitor são fundamentais.Paulo Coelho, assim como os fenômenos “pop” de “Harry Potter”, “O código da Vinci” e “Quem mexeu no meu queijo?”, são exemplos de uma explosão de vendas, porém com valor literário questionável.J.K Rowling, autora da série “Harry Potter”, criou uma verdadeira colcha de retalhos : um pouco de tudo já publicado, bruxaria, mitologia e enredo previsível, não induzindo à reflexão, mas mergulhando em um mundo medieval mistíco.

Se esses autores despertam interesse na leitura, disso não há dúvida.No entanto, isso não justifica esquecer do senso crítico, pois assim como as lanchonetes de “fast-food” saciam a fome, não deixam de ser lixo comestível.Um verdadeiro escritor não se mede pelo número de leitores, mas pelo impacto sócio-cultural de suas obras, então, só porque vivemos em um país de poucos leitores, não significa que qualquer excremento literário deve ser venerado.Existem outras mentes querendo espaço para se expressar, ofuscadas pela “badalação” desses pseudo-escritores.Logo, como cadeiras ocupadas por Guimarães Rosa,poderiam aceitar Paulo Coelho pelo seu número de vendas e não pelo talento?

Assim como a televisão, o livro também possui o poder de abrir ou fechar mentes, sendo um veículo de comunicação, não importa se é uma revista, internet ou TV, e sim o conteudo que essas ferramentas podem oferecer.

OBS:

Em primeiro lugar, eu sinto muito pela nossa desatualização, eu estou sem computador até o dia 25 de Novembro, então, paciência.Espero que todos aguardem e continuem a visitar/divulgar nosso blog.Obrigada pelos comentários, até pelo prêmio que nós recebemos do blog da regganata.

Grata pela compreensão,

A administradora.

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